As Primeiras Ações Que Se Tem Notícia

Uma bela imagem da Holanda, lugar onde tivemos a primeira bolha e a primeira negociação de ações. O pequeno país que fica abaixo do nível do mar sempre sofreu com enchentes o que não
permitiu que o feudalismo desenvolvesse raízes por lá, nada de nobres donos de extensas terras e trabalhadores preocupados em receber apenas comida e moradia.

Pelas condições extremas a população precisava se reunir para solucionar os problemas, essa comunidade construiu uma extensa rede de barragens, diques e dunas, e a maioria dos trabalhadores que participaram acabaram agraciados com um pedaço de terra o que ajudou a fomentar a economia local, eles tinham liberdade, trabalhavam por salário e não precisavam se sujeitar a um regime de semiescravidão.

Por volta de 1602 a Companhia Holandesa Unificada das Índias Orientais emitiu ações para conseguir levantar o capital que foi utilizado para construir navios e formar o time de navegantes que iriam buscar especiarias diretamente na fonte, barateando as mercadorias por não precisar dos intermediários, proporcionado a possibilidade de grandes lucros com a revenda em toda a Europa.

O interessante é analisar os vários fatores que levaram a abertura do capital da Companhia Holandesa das Índias, a primeira iniciativa dos empreendedores foi buscar o financiamento tradicional, solicitando verba para Reis, banqueiros e nobres, esses empréstimos não vingaram pois a Holanda não possuía credenciais, naquela época Portugal já possuía 100 anos de experiência e monopolizava esse tipo de negócio, então ninguém queria comprar o risco de emprestar dinheiro para os Holandeses.

Como a Holanda possuía um comercio ativo e muitas pessoas que trabalhavam por salários, a ideia foi pulverizar o risco e oferecer pequenas partes da empresa para a população Holandesa, uma ideia muito inovadora mas que teve um fit perfeito com uma cultura de colaboração e a promessa de divisão dos lucros da companhia. Assim o governo holandês reuniu todas as empresa individuais que faziam o trajeto até as Índias, criou uma companhia unificada e vendeu ações da empresa para a população.

Ai fica fácil vislumbrar o que aconteceu, os holandeses compraram ações com uma previsão de receber lucros/dividendos em datas planejadas, no meio do caminho o cara precisava comprar uma carroça nova, precisava comprar algum tipo de ferramenta e o jeito era vender sua ação para sobreviver as intempéries do dia a dia, ou aparecia alguma notícia especulativa dizendo que os navios estavam voltando com mais mercadoria e os preços das ações subiam e era aquele frenesi uns vendendo para embolsar os lucros outros comprando esperando por mais valorização a famosa e conhecida especulação, assim o mercado de ações realmente aconteceu na Holanda, e a história conta que esse foi um bom investimento, no livro Crash do autor Alexandre Versignassi ele cita uma valorização de 300% em 20 anos e acho que não considerou os dividendos recebidos, isso numa época que não existia inflação.

No fim esse negócio de bolsa e ações pareceu realmente interessante e começou a viabilizar várias empreitadas ao redor do mundo.

Esse conhecimento foi adquirido com a leitura do livro Crash do autor Alexandre Versignassi, o texto tosco eu escrevi com as informações que eu absorvi da leitura do livro.

Para finalizar o post, mais um ponto interessante, a crise das Tulipas veio logo após o sucesso da primeira emissão de ações da Holanda.
Será que isso vai despertar o interesse em pesquisar sobre a crise das Tulipas, o legal é que conseguimos visualizar situações análogas nos dias atuais, os investidores continuam cometendo os mesmos erros de 500 anos atrás.