A ideia que originou o post de hoje causou um misto de sensações, é engraçado como o comportamento humano as vezes pode ser cruel.
Como um problema do nosso próximo pode trazer conforto?
Já explico o motivo do meu questionamento... A rentabilidade dos meus investimentos é sofrível, um resultado acumulado de -17,61% na valorização do patrimônio após 21 meses causa um estrago tremendo no estado emocional e suscita questionamentos diversos sobre o caminho que deve ser seguido. Não obstante a minha 'temporária' desgraça, tive contato com a história de alguém próximo que está numa situação pior e que para minha surpresa trouxe um certo conforto.
Será que sou uma pessoa tão ruim assim, ao ponto dos problemas dos outros trazer bem estar e controlar meus demônios?
A situação do individuo é a seguinte: Homo sapiens A utiliza a totalidade do seu patrimônio em Fev/2014 para adquirir um passivo sobre rodas imponente e vistoso, o Homo sapiens se deu o 'prazer' de adquirir um IX 35, arcou com custos de documentação, seguro e saiu consumindo combustível e sendo admirado pela sociedade que agora o respeita muito mais.
O benefício da aquisição durou cerca de 20 meses, no final de setembro/15 o Homo sapiens A, se deu conta que o impacto da aquisição do bem material já não era tão relevante, o carro já não o fazia tão feliz, os amigos já haviam se acostumado com o possante e aquela sensação de ser o maioral um cara legal havia minguado, ele já não sente os olhares de admiração como antes e acabou chegando a conclusão que o atual resultado gerado pelo bem não compensa mais os elevados custos.
Homo sapiens A então numa atitude racional decide recuperar o dinheiro investido no 'patrimônio', ironias a parte ao consultar o mercado ele constata que de partida ele vai perder 30% do valor 'investido' se conseguir o preço da tabela Fipe, para piorar um pouco mais após anunciar o possante todas as propostas que chegam são abaixo do preço de tabela o que aumenta o dispêndio em mais de 30%.
Sei que após a leitura alguns podem pensar:
"Tem que considerar que esses 30% de prejuízo pagam a sensação de ser o dono do pedaço por 20 meses."
Na verdade eu não quero me prolongar descrevendo o trade off do Homo sapiens A, mas indo direto ao ponto ele está amargamente arrependido pela opção de aquisição do possante, a conclusão dele é que comprou o que não era necessário para tentar agradar as pessoas erradas, enfim ele está prestes a aceitar uma oferta que vai trazer um resultado de cerca de -33% ante o valor inicial dispendido para a compra.
Extrapolando a situação do Homo sapiens A, é fácil deduzir que existem outras tantas pessoas que fizeram a mesma opção que ele e algumas fizeram uma opção até pior que foi financiar um carro a perder de vista, adquirindo um passivo para o médio prazo.
Ai que eu entrei em conflito, pois num ato de proteção/ludibriação essa situação acabou causando um certo conforto, algo do tipo... 'Ah veja bem, minha situação é até boa, levando em consideração o situação do Homo sapiens A'.
Lá no fundo eu sei que estou me enganando, mas não posso negar que ter a consciência que eu poderia ter feito escolhas ainda piores e constatar que outras pessoas realmente fizeram essas escolhas piores me trouxe um certo conforto e amenizou o sentimento de derrota.
Talvez seja por isso que alguns blogueiros que transmitem nos posts certo sucesso financeiro e um estado de felicidade mais constante que a média são atacados frequentemente, apontar o dedo e questionar o sucesso alheio deve trazer alento para o sentimento de derrota.
Enfim tenho um lado ruim que capturou boas sensações a partir dos erros do Homo sapiens A, mas esse meu lado ruim poderia ser mais exacerbado, chegando ao ponto que o sucesso alheio me causasse tanto desconforto que me induzisse a atacar as pessoas, tentando minimizar o sucesso delas, com o intuito de amenizar meu sentimento de derrota.
Como um problema do nosso próximo pode trazer conforto?
Já explico o motivo do meu questionamento... A rentabilidade dos meus investimentos é sofrível, um resultado acumulado de -17,61% na valorização do patrimônio após 21 meses causa um estrago tremendo no estado emocional e suscita questionamentos diversos sobre o caminho que deve ser seguido. Não obstante a minha 'temporária' desgraça, tive contato com a história de alguém próximo que está numa situação pior e que para minha surpresa trouxe um certo conforto.
Será que sou uma pessoa tão ruim assim, ao ponto dos problemas dos outros trazer bem estar e controlar meus demônios?
A situação do individuo é a seguinte: Homo sapiens A utiliza a totalidade do seu patrimônio em Fev/2014 para adquirir um passivo sobre rodas imponente e vistoso, o Homo sapiens se deu o 'prazer' de adquirir um IX 35, arcou com custos de documentação, seguro e saiu consumindo combustível e sendo admirado pela sociedade que agora o respeita muito mais.
O benefício da aquisição durou cerca de 20 meses, no final de setembro/15 o Homo sapiens A, se deu conta que o impacto da aquisição do bem material já não era tão relevante, o carro já não o fazia tão feliz, os amigos já haviam se acostumado com o possante e aquela sensação de ser o maioral um cara legal havia minguado, ele já não sente os olhares de admiração como antes e acabou chegando a conclusão que o atual resultado gerado pelo bem não compensa mais os elevados custos.
Homo sapiens A então numa atitude racional decide recuperar o dinheiro investido no 'patrimônio', ironias a parte ao consultar o mercado ele constata que de partida ele vai perder 30% do valor 'investido' se conseguir o preço da tabela Fipe, para piorar um pouco mais após anunciar o possante todas as propostas que chegam são abaixo do preço de tabela o que aumenta o dispêndio em mais de 30%.
Sei que após a leitura alguns podem pensar:
"Tem que considerar que esses 30% de prejuízo pagam a sensação de ser o dono do pedaço por 20 meses."
Na verdade eu não quero me prolongar descrevendo o trade off do Homo sapiens A, mas indo direto ao ponto ele está amargamente arrependido pela opção de aquisição do possante, a conclusão dele é que comprou o que não era necessário para tentar agradar as pessoas erradas, enfim ele está prestes a aceitar uma oferta que vai trazer um resultado de cerca de -33% ante o valor inicial dispendido para a compra.
Extrapolando a situação do Homo sapiens A, é fácil deduzir que existem outras tantas pessoas que fizeram a mesma opção que ele e algumas fizeram uma opção até pior que foi financiar um carro a perder de vista, adquirindo um passivo para o médio prazo.
Ai que eu entrei em conflito, pois num ato de proteção/ludibriação essa situação acabou causando um certo conforto, algo do tipo... 'Ah veja bem, minha situação é até boa, levando em consideração o situação do Homo sapiens A'.
Lá no fundo eu sei que estou me enganando, mas não posso negar que ter a consciência que eu poderia ter feito escolhas ainda piores e constatar que outras pessoas realmente fizeram essas escolhas piores me trouxe um certo conforto e amenizou o sentimento de derrota.
Talvez seja por isso que alguns blogueiros que transmitem nos posts certo sucesso financeiro e um estado de felicidade mais constante que a média são atacados frequentemente, apontar o dedo e questionar o sucesso alheio deve trazer alento para o sentimento de derrota.
Enfim tenho um lado ruim que capturou boas sensações a partir dos erros do Homo sapiens A, mas esse meu lado ruim poderia ser mais exacerbado, chegando ao ponto que o sucesso alheio me causasse tanto desconforto que me induzisse a atacar as pessoas, tentando minimizar o sucesso delas, com o intuito de amenizar meu sentimento de derrota.
Carro Monstro
Reviewed by Surfista Calhorda
on
12:16 AM
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Realidade de muitos eleitores do PT nos dias de hoje rsrsrs
ResponderExcluirPrates certa vez foi demitido da emissora por comentar que alguns indivíduos nunca leram um livro mas tinha carro. Na época Lula mandou demiti-lo hoje o tempo mostra que ele tinha razão https://m.youtube.com/watch?v=uwh3_tE_VG4
Aproveita e faz um teste pergunta com o homo sapiens qual foi a última vez que ele leu um livro completo e qual foi, não se surpreenda com a resposta rsrsrs
Ele disse que se juntar o que ele olha no Facebook dá um livro por semana! Complicada a situação mesmo.
ExcluirOlá Surfista, se é possível buscar motivação nos bons exemplos, acredito que não há maldade em se motivar com maus exemplos também (não significa desejar que a pessoa se ferre, apenas se sentir bem consigo mesmo por saber que não cometeria tal erro).
ResponderExcluirConheço uma garota que está no primeiro emprego, ganhando R$ 1.500 líquidos numa empresa que está passando por uma série de demissões e redução de espaço físico, e ainda assim ela financiou um novo fiat uno, e agora tá lá bancando financiamento, gasolina, seguro e sei lá mais o quê... parece-me uma tragédia anunciada, tem gente que gosta de uma adrenalina financeira.
Pois é a educação financeira da nossa sociedade é muito limitada e a última onda de incentivo ao consumo talvez tenha agravado ainda mais a situação.
ExcluirMuita gente faz esse tipo de idiotices, por enquanto continuo com meu popular 2008, nunca fui de querer impressionar ninguém, o importante somos nós mesmos se sentirmos felizes, se podemos adquirir uma Ferrari sem comprometer outras coisas tudo bem..abraço.
ResponderExcluirPois é Beto Fiscal, consumo consciente! As pessoas não consomem produtos e serviços de maneira consciente.
ExcluirVc está em crise, em conflito, tudo isto porque esperava alcançar uma boa rentabilidade em um espaço curto de tempo. Isto é um erro, rentabilidade vem com o tempo, com as escolhas certas.
ResponderExcluirVc está citando o exemplo do amigo para se sentir mair confortável com sua situação atual, não é auto-enganação, sua situação é deveras melhor que a dele. Ele comprou um passivo, algo que irá tirar dinheiro dele enquanto ele possuir. Você comprou ativos, tudo bem que os ativos perderam valor, mas vc irá receber os proventos deles enquanto tiver com eles. Se você comprou CEMIG nos 15 reais considerando que era uma boa empresa, então porque não iria comprar agora que ela tá valendo metade? ela deixou de ser uma boa empresa? Vai falir? É simplesmente a empresa de energia que tem mais instalações no Brasil, uma máquina de fazer dinheiro. a sardinhada fica assustada ao ver o negativo na carteira, uma tremenda bobagem.
Talvez seu erro foi ter apostado muito em um determinado setor só. Se vc tem 10.000 para investir uma boa politica seria pegar as 20 melhores empresas do mercado e colocar 500 reais em cada uma. Como vc vai errar na avaliação, que é naturar, umas 2 ou 3 não irão performar bem, e isto nem vai fazer cosquinha na sua rentabilidade.
Grande Uó, concordo com você, mas as pequenas derrotas são necessárias para o nosso crescimento, hoje estou mais consciente e adaptado as situações que envolvem o investimento em renda variável e tenho certeza que não estou indo num caminho de fracasso permanente.
ExcluirO exemplo da cmig tb se encaixa comigo. Eu comecei a estudar ações e li sobre essa empresa e fui mais a fundo. Ótima em dividendos, bom historico de pagamento, crescimento ao longo dos anos, lucros e etc. Fui e comprei, mas ai veio uma tal de lei de Murphy, mês seguinte deu rolo com a licitação de hidreletricas q representam 30% da sua geração, não pagaram dividendos (justo para fazer caixa), seca e etc.
ExcluirMas além dos numeros, a gestão é boa, o presidente tá entre top 100 ceos do mundo. Mas msm assim cotação caindo, me segurei mto pra nao vender, mas agora como parece ter se estabilizado pretendo comprar mais. Li que querem participar de uma porrada de licitações então pode ser uma boa. Mas é a duvida, não sei se estou me enganando com isso ou se estou certo.. é foda..
UFRJ eu estou respeitando cada dia mais os percentuais da minha planilha de alocação para não ter esse tipo de problema/dúvida. Eu me entupi de Vale e CMIG conforme elas foram caindo, o que deixou minha carteira muito exposta a esses dois ativos, mas quando o percentual de alocação da CEMIG cair vou comprar mais sem dúvidas.
Excluir"Vc está em crise, em conflito, tudo isto porque esperava alcançar uma boa rentabilidade em um espaço curto de tempo. Isto é um erro, rentabilidade vem com o tempo, com as escolhas certas."
ResponderExcluirAssino embaixo. Se você comprou boas empresas por um preço justo, o tempo vai te recompensar!
Abraço
A crise e o conflito são importantes para vc repensar e avaliar a estratégia. Costumo dizer pra mim mesmo, se tudo estiver dando certo demais desconfie, você está fazendo alguma coisa errada.
ExcluirÉ foda! Essa é uma das piores sensações existentes! No início de tudo comecei investindo em GGBR e de lá para cá ela só caiu! fui vendê-la dia desses! SÓ PREJUÍZO!
ResponderExcluirMas a verdade é que a gente aprende muito com as perdas... abraços
João ta aí um verdade, as pequenas derrotas são necessárias para obtermos sabedoria, o grande lance é pensar e reavaliar as situações para garantir que não estamos numa condição de fracasso permanente.
ExcluirIsso tem um nome.
ResponderExcluirSchadenfreude.
Profundo, tive que ir pesquisar no Google. Obrigado pela informação.
ExcluirProfundo? Ou eu que sou muito raso?
ExcluirOi Surfista.
ResponderExcluirJá estou vendo tanta gente que investe em renda variável (inclusive eu) se questionar se está fazendo a coisa certa que seu texto nem me causou surpresa. Normal em tempos de queda. Quando saia reportagem nos tempos de alta, falando sobre os milionários da bolsa, o ânimo era outro.
Conforme foi falado aqui, você está investindo em ativos e seu investimento é de longo prazo. Segura firme que o furacão passa e o céu abre.
Quanto ao carro, não pensar no futuro e não saber fazer conta é característica do brasileiro. Ainda inventaram a besteira de que "todo brasileiro é apaixonado por carro" para ajudar os indecisos a enfiarem o pé na jaca. O diferente neste caso é que ele percebeu que o carro não deixava ele tão feliz, deu o braço a torcer e mudou o que tinha feito. Geralmente o brasileiro faz a cagada e segue com ela, pois "sou brasileiro e não desisto nunca".
Aprender com os erros dos outros é ainda mais sábio que aprender com os seus. E a comparação com os outros é normal, afinal de contas o ser humano é um animal gregário. (Entramos nos blogs dos colegas todo mês para ver como as coisas estão indo, não é mesmo? Tem gente indo melhor, tem gente indo pior...). Faz parte da vida.
Abraço
Aprender com os erros dos outros é realmente muito mais barato, mas nem sempre é tão fácil. As vezes eu aprendo só na dor mesmo.
ExcluirComo diz Warren Buffet: "Tenha medo quando os outros estão gananciosos e tenha ganância quando os outros estão temerosos."
ExcluirBelo pensamento.
ExcluirOlá Surfista,
ResponderExcluirAcho que devemos nos espelhar sempre nos melhores. Ficar se "ancorando" em pessoas sem educação financeira é só atraso de vida e auto-engano.
Veja só. O importante de se investir é aumentar o patrimônio, seja com valorização dos ativos ou renda passiva. Uma exposição como a sua, com 71% em ações, gera uma exposição enorme aos riscos de uma economia primitiva e estatizada como a brasileira.
Acredito que uma carteira melhor equilibrada com diversos tipos de ativos e rebalanceamentos ocasionais pode elevar os ganhos do seu patrimônio como um todo.
Abçs!