A difícil caminhada da vida!

A cada dia mudamos, talvez seja difícil perceber as mudanças olhando o horizonte de poucos dias, mas se ampliarmos um pouco essa análise ficará evidente o quanto precisamos nos adaptar as novas situações que as vezes são impostas pelo acaso e as vezes são encontradas pelo nosso empenho em buscar a evolução e as próprias mudanças.

A notícia triste é que nem sempre as mudanças trazem bons ventos, prosperidade, felicidade, não raramente elas vem acompanhadas de sofrimento, indecisão e outras dificuldades.
A notícia alegre é que seja qual for o tipo da mudança, boa ou ruim, ela traz embutida em seus desafios muito aprendizado para os mais atentos.

O grande desafio é enxergar oportunidades em situações desconfortáveis, é ter energia para continuar lutando e ser resiliente para não cair pelo caminho.

Fazendo uma pequena retrospectiva, como foi difícil perder aquela namorada amada durante a adolescência, de verdade, tenho uma percepção que esse tipo de situação deve ser muito comum entre homens e mulheres durante a adolescência e talvez até na fase adulta, me lembro qual foi meu sofrimento, dias escutando Monte Castelo do álbum As Quatro Estações do Legião Urbana, hoje eu lembro dessa fase e dou risada do meu comportamento.

Como era insuportável morar na casa da minha mãe e ter que conviver com meus irmãos mais novos utilizando minhas roupas sem minha permissão, nessa época eu julgava essa atitude absurda, me lembro que eu fazia planos de sair da casa da minha mãe para evitar esse infortúnio descabido, hoje me esforço para manter meus irmãos perto, convido eles para ir surfar e ligo para perguntar como eles estão com bastante frequência.

Como a regressão é engraçada, me lembro que eu adorava jogar fliperama, quando tinha sei lá 13~14 anos, eu ficava na porta do fliperama esperando abrir, me recordo claramente das broncas da minha mãe, como os castigos eram doloridos, como minha mãe podia ser tão cruel de cercear meu direito de jogar fliperama? A mãe dos meus amigos eram bem mais legais, elas deixavam os filhos se divertirem no fliperama... Não tem como não rir da falta de complexidade e irrelevância dos problemas que eu enfrentava no passado e também não tem como descartar que eles foram doloridos durante aquela etapa da vida.

De um jeito ou de outro essas situações me ajudaram a evoluir, a aprender que a vida nos impõe limites e que precisamos ser fortes para sempre levantar depois de um tombo.

Hoje os problemas aumentam em impacto e complexidade, ou eu faço por onde me convencer disso, e por isso continuo tentando a aprender com os famigerados PROBLEMAS.
- A bolsa que cai e cai levando meses ou talvez anos de poupança.
- O mercado de trabalho, que impactado pela crise econômica do BRASIL, dá poucas oportunidades.
- Aquela promoção que poderia ser algo bom, mas traz a galope um ambiente tóxico, onde seus pares não atuam de maneira colaborativa e você se vê diante de uma guerra infinita para se manter vivo na jaula dos leões.
- Aquela promoção (2) que deixa você mais sozinho no ambiente de trabalho, antes os convites para participar dos 'Happy Hours' eram frequentes, agora você precisa organizar e ainda bancar uma parte da conta para ter a presença dos colegas de trabalho.
- Os filhos que não são mais crianças bonitinhas e começam a te desafiar sempre que podem.
- O relacionamento que não é mais tão afinado, os objetivos de vida que começaram a se distanciar.

Enfim os desafios são muitos e tenho certeza que vencidos esses, novos aparecerão e causarão novamente um bom nível de desconforto. Após atingir os objetivos traçados hoje, novos objetivos, novas vontades surgirão e assim a vida vai continuar seu curso até a morte.

Diante dessa situação a única opção é se manter forte e não cair, acredito que daqui dez anos, algumas situações serão tão banais quanto aqueles problemas da longinquá adolescência, que são dignos de risos, olho para os meus problemas e tento ser otimista e visualizar o que eles podem me dar e que conhecimento posso conseguir.

Será que quando eu puder viajar algumas vezes por ano para ir surfar, quando eu puder aproveitar as ondulações do inverno brasileiro mesmo durante a semana, isso não bastará mais para me fazer feliz e a minha inquietação vai me trazer mais problemas para que eu alcance novos objetivos?
Preciso estar vivo e lutando para descobrir!